Saber quais são os tipos de testamento e onde registrar esse documento é essencial para quem deseja garantir que sua vontade seja respeitada após o falecimento. Segundo o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, Oficial de Registro de Imóveis no Estado de Minas Gerais, o testamento é um instrumento jurídico legítimo que permite a organização antecipada da sucessão patrimonial, trazendo segurança, economia e clareza para os herdeiros.
No Brasil, o testamento deve seguir regras específicas para ser considerado válido, e o local de registro tem papel fundamental na formalização do ato.
Quais são os tipos de testamento e onde registrar: opções previstas em lei
A legislação brasileira reconhece diferentes formas de testamento, cada uma com suas características e exigências. De acordo com o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, os principais tipos são o testamento público, o cerrado e o particular, todos regulados pelo Código Civil.
O testamento público é lavrado em cartório, perante um tabelião, e registrado no Livro de Notas da serventia. Esse é o formato mais seguro, pois conta com fé pública, controle de legalidade e testemunhas no ato da lavratura.
O testamento cerrado, por sua vez, é escrito pelo testador ou por alguém a seu pedido e depois entregue lacrado ao tabelião, que lavra um termo de aprovação. Apenas após o falecimento ele é aberto judicialmente.
Já o testamento particular é redigido à mão ou por meio eletrônico e deve ser assinado pelo testador com a presença de três testemunhas. Após o falecimento, precisa ser confirmado em juízo para que produza efeitos legais.
Testamento vital: uma possibilidade em expansão
Além dos modelos patrimoniais tradicionais, há o chamado testamento vital (ou diretiva antecipada de vontade), que expressa decisões sobre tratamentos médicos e cuidados de saúde em casos de incapacidade. Conforme ressalta o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, esse documento ainda não possui regulamentação específica no Código Civil, mas tem sido aceito por cartórios de notas como manifestação válida da vontade pessoal.

Apesar de não tratar da partilha de bens, o testamento vital pode ser registrado para garantir respeito às escolhas do testador, especialmente em situações de internação, terminalidade ou impossibilidade de comunicação.
Onde registrar cada tipo de testamento
Saber onde registrar o testamento é fundamental para garantir sua legalidade. O testamento público deve ser lavrado diretamente em um cartório de notas, onde também ficará arquivado. Esse documento é automaticamente lançado no Registro Central de Testamentos, o que facilita sua localização após o falecimento.
O testamento cerrado também é apresentado a um tabelião, que certifica a entrega e o lacre, sem conhecer o conteúdo. Ele só poderá ser aberto por um juiz, mediante solicitação dos herdeiros ou interessados, após a morte do testador.
Já o testamento particular, por não passar por cartório no momento da elaboração, requer ação judicial posterior para que seja validado. Segundo o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, essa etapa gera mais burocracia e incertezas, o que torna recomendável, sempre que possível, a lavratura do testamento em cartório.
No caso do testamento vital, a orientação é registrá-lo em cartório de notas, com firma reconhecida, garantindo sua autenticidade e fácil acesso por parte dos familiares e profissionais de saúde.
Importância da segurança jurídica na sucessão
O testamento é uma forma eficaz de evitar conflitos familiares, distribuir bens com clareza e proteger pessoas queridas fora da linha sucessória obrigatória. Conforme destaca o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, registrar corretamente o documento garante que ele tenha validade jurídica e produza todos os efeitos desejados após o falecimento.
A atuação dos cartórios, com profissionais qualificados e respaldo legal, assegura a integridade da vontade do testador e contribui para uma transição patrimonial mais tranquila e organizada.
Conclusão: formalizar é proteger sua vontade
Entender quais são os tipos de testamento e onde registrar cada um é essencial para garantir a efetividade das decisões tomadas em vida. Com as opções legais disponíveis e o suporte das serventias extrajudiciais, é possível registrar a vontade de forma segura, transparente e acessível.
Segundo o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, planejar a sucessão é um ato de responsabilidade e cuidado com os que ficam. Ao escolher a forma mais adequada e garantir seu registro correto, o testador protege seu patrimônio e assegura o respeito à sua vontade.
Autor: Edward Jones